terça-feira, 17 de junho de 2014

HER (ELA)

Desprovido dos neons e dos grandes efeitos cinematográficos, HER é uma história repleta de nuances, emoções. 

Theodore Twombly (JOAQUIN PHOENIX), nosso melancólico protagonista, nos aparece em início compondo uma bela declaração de amor, que logo vemos fazer parte de seu trabalho, ele é um dos escritores da BeautifulHandwrittenLetters.com que, como diz o nome, escreve e envia lindas cartas manuscritas. Pois bem, Theo divide sua vida entre trabalho, partidas de video-game, encontros tristes com alguns poucos amigos, pornografia na internet e uma longa batalha, na qual tenta veemente esquecer sua ex esposa, com quem manteve uma longa relação com final conturbado. Até aí temos uma produção sem carisma algum, diálogos frios e sem sentimento, mas não meus caros, o que faz HER ganhar milhões de pontos comigo é Samantha, o software que muda, por completo, a vide de Theodore. 

O quão perturbadora pode tornar-se a tecnologia? Bom, se você tiver um software que lê seus e-mails, vê sua agenda, escolhe o presente de aniversário da sua afilhada e ainda se apaixona por você (whaaat?), é, pode ser bem perturbador. 

HER foge completamente dos padrões e clichês cinematográficos, apesar de possuir uma fotografia de primeira linha, é, esteticamente, comum. Mas, veja bem, não vamos nos ater à padrões, como já disse HER foge disso tudo. Dotado, sim, de grandes interpretações, nas quais incluo SCARLETT JOHANSSON, que nem precisou botar seu rostinho bonito em tela, pra fazer dessa, uma de suas melhores interpretações. 

Samantha é, inicialmente, uma mistura de mãe e secretária de Theo, ela organiza os e-mails, avisa sobre compromissos e ainda levanta o ego do rapaz, porém logo vê-se que eles nutrem um pelo outro um sentimento diferente, apesar de ela ser um software, e eles logo engatam uma espécie de namoro, tudo isso é possível porque Samantha é um sistema operacional superinteligente, capaz de aprender com os sentimentos, conceitos e experiências humanas, e afinal sente (ou simula?). 

Enfim, os nuances de HER vão muito além da história de um cara apaixonado por um OS. Uma trama repleta de anseios, medos, frustrações, desejos, complexos. É, na verdade, muito mais que um filme, é uma analogia sobre a sociedade atual e um presságio, para as gerações futuras. Retrata com maestria como a tecnologia nos abraça, e como nós a abraçamos de volta. É um estudo sobre as, possivelmente extintas, relações humanas e as transformações que elas sofrem ao deparar-se com o mundo tecnológico. 

HER não vem nos trazer a história de um cara melancolicamente patético, que despeja suas frustrações num sistema operacional que simula compreendimento, não, ele vem nos trazer uma avalanche de sentimentos, opiniões e pensamentos sobre um único tema: o vazio. 

Reflexivo, forte, constante, avassalador, SPIKE JONZE cria um cenário completamente diferente de tudo que já foi visto.

Nota: 10
Título Original: Her
Ano Lançamento (País de Origem): 2013 (EUA)
Gênero: Romance/Drama
Direção: Spike Jonze
Elenco: Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Rooney Mara e Amy Adams.
Distribuidora: Warner Bros. Pictures
Classificação: 16 anos

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E você cinéfilo, o que achou da trama de HER? O que você faria caso se apaixonasse pelo seu sistema operacional?

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